"Variando um verso novo"
O poeta quando inventa
Um novo verso inventar
Melhora seu paladar
Arde mais do que pimenta
Fofoqueiro não aguenta
A inveja fere e mata
Digo na boca da lata
Que o cabra invejoso
È sujeito asqueroso
È nó que o cão não desata
As vezes sofro calado
Observando a tudo
Quietinho fico mudo
No meu canto encostado
Tenho olho abalizado
So absorvo o que presta
E vejo que o que resta
È ficar observando
No meu canto matutando
Olhando por sobre a fresta
O que será da poesia
Da cultura popular
Do verso e do cantar
Do mote da cantoria
Que nos traz tanta alegria
Ouvir um bom cantador
No mei de feira doutor
Um verso improvisando
Todo mundo escutando
Feito aluno e professor
Da gosto de se ouvir
O aboio de um vaqueiro
Esse heroi brasileiro
Que leva a vida a curtir
Está sempre a sorrir
Na dura sina diaria
Na labuta da pecuaria
Cumprindo a obrigação
Com toda dedicação
Por mais que seja precaria
Uma rudia na cabeça
O pote d'agua balançando
A sertaneja cantando
Por incrivel que pareça
Por menos que ela mereça
Nunca reclama da sorte
È guerreira brava e forte
Ajuda seu companheiro
Este é o jeito Brasileiro
Que vence com garra a morte
O que seria do Pais
Me responda seu menino
Sem a força do nordestino
Que é um povo feliz
È sempre um aprendiz
Na cidade ou no sertão
Como um bom cidadão
Não posso perder a prosa
Lembro do Lucio Barbosa
Quando fez esta canção
O Brasil todo conhece
Mas não cita o compositor
È desrespeito ao criador
E Mais carinho ele merece
Que feito a aranha tece
No seu peito uma canção
O Lucio é cidadão
Baiano e bom brasileiro
Por este Pais inteiro
Falarei deste irmão
Ta vendo aquele edificio moço
Ou será que ja caiu
Será que alguem destruiu
Ou vive no alvoroço
Correndo atraz do almoço
O Brasil tá caminhando
O povo só reclamando
E sustentando ladrão
No senado a corrupção
Virou angu de caroço
E por falar no senado
Naquela casa direita
Todos vivem na espreita
Para prender um culpado
Se ninguem é condenado
Pra que investigação?
Se diploma pra ladrão
Ja se vendem na esquina
Virou casa da propina
Todo mundo mete a mão
Ano que vem tem eleição
La se vai a canalhada
Meter o pe na estrada
Pisar a lama do chão
Tomar cana com limão
Pra enganar o eleitorado
Com puxa saco ao seu lado
Com pose bem elegante
Berrando no alto falante
Num palanque improvisado
O povo todo aplaudindo
Levando tapa na cara
Aos poucos levando vara
Pois os cabras iludindo
Ao trouxa vai ingrupindo
Com sua promessa safada
E depois não cumpri nada
E do eleitor fica sorrindo
Parece porca parindo
No meio da lamaiada
Cachaça pra essa gente
Hoje quem paga sou eu
Filho do Coronel Tadeu
È direito e nunca mente
O meu pai plantou semente
Boa nesta região
O povo do meu sertão
Nunca conheceu a fome
Se provar mudo meu nome
Sou Homem de posição
Dentadura e moleta
Saco de cimento eu dou
Papai sempre ajudou
Cego,surdo ou perneta
Beijo a loira e a preta
Eu não sou nenhum racista
Neste meu ponto de vista
Acompanhem meu trabalho
Se ajunto eu mesmo espalho
Sou galo que não baixa a crista
Eu acho que o Brasil
Perdeu seu povo brasileiro
Querem fazer da politica
Um covil de cangaceiro
Ou patrão de pistoleiro
Que a um povo abala
No chicote ou na bala
Basta olhar o passado
Pois quem não ficou calado
Foi achado numa vala
Seu moço tenha cuidado
Alguem mandou engolir
As palavras digerir
Foi la dentro do senado
Um bá fá fá arretado
Pois esperto tem de sobra
Se esquiva na manobra
E manda logo o aviso
E os dedos se preciso
Coça igual pele de cobra
4 Comentários
Belíssimos versos. A poesia está na alma e no sangua. Parabéns. Sucessos.
ResponderExcluirAgora já sei de onde vem tanta criatividade, sentimento e humor...rsss. Querido poeta, foi muito bom ter vindo aqui e conhecido o seu trabalho. Parabéns!Um beijo
ResponderExcluirMarisa
De todas as palavras mais ditas no no mundo,
ResponderExcluiro AMOR e o PEDÃO, hão de estar em cada coração.
Parabens e um forte abraço.
CARLOS SILVA
Olá poeta gostei da sua poesia. Que veia divina... hein!
ResponderExcluirVale a pena escrever para algo dizer, pensar para ao mundo algo levar. Vale a pena versejar quando o coração livremente se liberta daquilo que faz mal à alma, a nossa ou à dos outros.
Gostei sobretudo desta poesia popular: O poeta quando inventa
Um novo verso inventar
Melhora seu paladar (...)
Um abraço e sinceros parabens
Laila