Secando á vida, bebendo sonhos
Foto : Luiz Natividade
Do alto do meu sertão,
Vi uma terra diferente,
Com sonhos de tanta gente,
Semeando a ilusão,
De ver o campo,
Florido e bem cuidado
Por todo canto plantado
Pra escoar a produção.
Mas desta vez
A chuva se atrasou
Nem uma gota mandou
Pra pingar nesse torrão
Eu vi a vida
Despencar na ribanceira
A esperança certeira
Fez chorar meu coração
Vi o vaqueiro
No seu lamentar chorado
Vendo sofrer o seu gado
Sem nada poder fazer
Nem o orvalho
Que chegava logo cedo
Torrou secando de medo
Tratou de se esconder
Por outro lado
Vi fazendeiro aumentando
Do preço tudo elevando
Feijão, farinha e café.
O pobre povo
Sem um rendo no momento
Vivia grande tormento
Perdendo do peito a fé.
Mas, de repente,
Um trovejar sacudiu
A porta do céu se abriu
Começou a desaguar
Povo sorria
Orava em prece dizendo
Agora estou recebendo
O fim da grande agonia
Revi do alto
Um sertão bem diferente
Tanto bicho quanto gente
Não mais tinham ilusão
Vida voltou
Eu vi meu sertão florido
Pra esse povo merecido
Deus dá o seu coração
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