Autor Carlos Silva - 3/23/2013
A SUPLICA EM PRANTO E LAMENTOCarlos Silva
Meu sertão está com sede
Nem um galho arma a rede
E assim a vida dói
No peito a triste lembrança
Deste sofrer que balança
Onde no peito corrói
Suporta o sertanejo,
No sonho tragado em lampejo
A luz da própria ilusão
Chamusca na terra o sentido,
É grande no peito doido,
A fúria da não solução
Repousa em verso o poeta,
Buscando na rima correta,
Asfixiar seu sofrer
Debate em portas de bares,
Rogando para que tantos lares
Orem com fé no viver
Derrama o choro na cama,
Soluça perto de quem ama,
Na ausência de uma solução
Não chove nem pinga na terra,
Mas a fé do peito não encerra,
De ver bem molhado o torrão
Seu moço eu sofro demais,
Vendo morrer animais
De sede no mato cair
É como se o mundo dormisse
E eu vendo se as almas subisse
Do gado faminto partir
Chocalho berrou mais calado,
O som do badalo abafado,
Anuncia a morte de vez
O Chão tão torrado e mesquinho,
Sem pena sem dó sem carinho,
Vejo cair outra rês
Peçamos ao Deus la do céu,
Em prece de rima e cordel,
Que ele venha socorrer
O Povo que vê a tal fome,
Sem nome e sem sobrenome
Castiga meu gado a morrer
Eu junto meus restos de fé,
Construo um pedido ralé,
Jorrando do peito uma dor
Mas peço-lhe nesse momento,
Senhor atendei meu alento,
Do peito deste sofredor
0 Comentários