Oxente moço,
Arrepare não doutô
Num se aperreie
Com meu jeito falador
Sou disletrado
Mar num sô desocupado
E é lá no meu roçado
Que tomem sou professô
Preparo a terra
Pranto mio, pranto féjão
Batata soja argudão
Girimum e coisa e tá
Se tô duente
Bebo um chá de quixabera
Chamo uma benzedera
Pa mode ela me rezá
Num mi invergonho
Di dizê que sô do mato
Sô matuto mar de fato
Sô um cabôclo assuntador
Só na colheita
É que vô lá na cidade
Mar lá num tem filicidade
É so mardade sim sinhô
Eu vejo gente
Cumeno resto de fêra
Manissoba manipêra
Carqué coisa que sobrá
Isso é ração
Que agente nem dá pro gado
Mar tudo vem do roçado
Donde vivo a prantá
Cidade grande
É bestagi é ilusão
É comum lá se vê homi
Arrastano um carroção
Os véio triste
Mindingano uma esmola
Aquilo lá é uma escola
Prá formá muito ladrão
Me adescurpe
E por favôme cumprienda
Mar dotô num si ofenda
Cum meu jeito de falá
Deus me adefenda
De deixá o meu torrão
Pois deste belo sertão
Nunca vô me apartá.
2 Comentários
sou caboclo sertanejo
ResponderExcluirpoeta de inspiração
versejo com emoção
sobre tudo que eu vejo
e deixo aqui meu desejo
de ver meu povo feliz
esquecendo a meretriz
da política sagaz
que promete e nada
faz pouco age e muito diz
Obrigado,meu amigo e irmao de arte
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