Cordel Itapicuru

Autor Carlos Silva - 5/10/2018


LITERATURA DE CORDEL

Carlos Silva

CIDADE DE ITAPICURU

                             






A história de um povo
Está na preservação
Que alimenta sentimentos
E causa grande emoção
Quando assim nos descobrimos
Como um perfeito cidadão
XXXXXXXXXX


Observar é reconstruir
No presente o passado
É poder memorizar
O saber tanto guardado
É mostrar pra gente
O nosso maior legado
XXXXXXXXXX


Rebuscar com mui respeito
O que no livro está escrito
É dormir fora de hora
Sem deixar o peito aflito
È buscar a sua historia
No silencio do seu grito
XXXXXXXXXX


Assim tece a poesia
Neste meu novo cordel
Que derrama sobre a tinta
A história no papel
Buscando inspiração
Esta vinda lá do céu
XXXXXXXXXX


É sempre um desafio
Na historia mergulhar
Tecendo nossas palavras
No jeito de expressar
Fazendo isso com a rima
Da cultura popular








Quem nasce em Itapicuru
É itapicuruense
Este é nosso gentílico
Com carinho agora pense
Nossaterra tem historia
Que o tempo sei, não vence.
XXXXXXXXXX


Lage formada de cascalhos
Ou Lage áspera não sei
Teodoro Sampaio disse
Então aqui eu procurei
Com toda dedicação
Foi assim que pesquisei
XXXXXXXXXX


Vamos falar lá do começo
Como tudo então surgiu
Estudando e aprendendo
Carregando o nosso brio
Pra falar da nossa terra
Desse pedaço do Brasil
XXXXXXXXXX


1648
Num arraial situado
A 6 Kms do lugar
Onde hoje está marcado
A bela Itapicuru
Neste meu verso marcado
XXXXXXXXXX


Desbravadores da região
Entre os quais se encontrava
Manoel Barbosa de Matos
Que sua fé carregava
Erigiram uma capela
E a uma santa dedicava









Nossa Senhora de Nazaré
Era homenageada
Era comum naqueles tempos
Ter uma santa consagrada
Com o nome de descobriram
Em sua lida travada
XXXXXXXXXX


Em 1680
A Curato fora elevada(*)
E em 1898
Em Freguesia então chamada
O tempo conta a historia
Do começo assim contada
XXXXXXXXXX


Nossa Senhora de Nazaré
De Itapicuru de cima
D.João Franco de Oliveira
Para completar a rima
Era ele um Arcebispo
Escolheu o nome em bom clima
XXXXXXXXXX


Á categoria de Vila
O arraial foi elevado
Sendo na mesma ocasião
O município criado
Itapicuru de cima
Assim foi ele batizado
XXXXXXXXXX


Decreto de 28 de abril
1872 o ano
Procurei bem na pesquisa
Pra não cometer engano
Pois mudar nossa historia
Creia não tá no meu plano







O Vice-Rei Vasco Fernandes
De Menezes digo em prosa
Este mesmo tinha o titulo
De Conde de Sabugosa
Sem duvida era um nome
De escolha tão honrosa
XXXXXXXXXX


Foi ele quem decretou
O nome ora citado
Pelo visto tinha sido
Por todos ali acatado
E o novo município
Assim fora nomeado
XXXXXXXXXX


Os habitantes da vila
Fizeram uma petição
Isso em 1820
Solicitando em união
Da mudança da sede
Pra outro lugar então
XXXXXXXXXX


Missão de Nossa Senhora
Da saúde era uma aldeia
Fundada por Franciscanos
Onde a historia margeia
Foi em 1639
Rebusque, pesquise e leia.
XXXXXXXXXX


Deferida a petição passou
A vila para a nova sede
Em virtude do Decreto
25 de outubro onde se mede
Em 1831
Conforme a vontade pede








A sede da freguesia
Ficou no antigo local
Chamado de Vila Velha
Eu pesquisei afinal
Para contar a história
Com fé e de cunho real
XXXXXXXXXX


E mais tarde aconteceu
Pela resolução provençal
Numero 751
12 de junho afinal
De 1859
Tudo na forma legal
XXXXXXXXXX


Foi a Missão da Saúde
A nova sede porém
Do município citado
Da forma como convém
E Itapicuru de cima
Convive com isso tão bem
XXXXXXXXXX


Elevada a capela curada
Então pelo vigário da freguesia
Padre Antônio Agripino da Silva
Onde ali acontecia
A Construção da nova Igreja
E as imagens transferia
XXXXXXXXXX


8 de março de 1872
Pela resolução provençal
Numero 1171
A sede da Freguesia
Passa pra nova afinal
Ficando a antiga como capela
Este é o registro geral







O Município de Itapicuru foi
Extinto por Decreto Estadual
7455 de 23 de junho
Na pesquisa achei afinal
E pelo 7479 8 de julho
Registrado de forma legal
XXXXXXXXXX


Do ano de 1931
Parte do território anexada
Ao município de Inhambupe
ERio Real aqui citada
Mudanças aconteciam
Novos rumos na estrada
XXXXXXXXXX


Na Vila de Itapicuru
Em 1932 fora criada
Uma subprefeitura
Pelo Decreto anunciada
De numero 8233
27 de Dezembro apresentada
XXXXXXXXXX


Pelo Decreto Estadual
Naquele momento restaurado
8447
De 27 de maio mostrado
De 1933
No livro está registrado
XXXXXXXXXX


Divisão administrativa de 33
O município abrangia
Distritos de Itapicuru
Bom Jesus e então seguia
Também o de Sambaiba
Assim logo acontecia








Extinto o município de Vila Rica
9673 Decreto Estadual
De 13 de Agosto de 35
Fora incorporada afinal
Ao Município de Itapicuru
Nos diz a historia real
XXXXXXXXXX


Pelo Decreto 10724
30 de março de 38 chegou
A vila foi elevada a categoria
De cidade e o povo aclamou
Teria mais credibilidade
Uma nova fase se formou
XXXXXXXXXX


Pelo Decreto 11.089
O Distrito de Nova Olinda
Que assim fora criado
A pesquisa aqui não finda
Muita coisa pra contar
Nós teremos cá ainda
XXXXXXXXXX


Decreto de 30 de Novembro
De 38 que alterou
O nome de outra cidade
De certo ele mudou
De BOM JESUS para CRISOPOLIS
Assim a pesquisa me revelou
XXXXXXXXXX


Nova Olindina foi mudada
Então para Olindina
Decreto 141
Que até hoje predomina
De 31 de Dezembro de 43
Minha memoria assim atina








Em 1º de junho de 44
Foi então retificado
Pelo numero 12.728
Então assim registrado
E o nome de Olindina
Até hoje não foi mudado
XXXXXXXXXX



Parte do território de Crisópolis
Fora então desmembrado
Pela Lei Estadual 505
Em 28 de novembro registrado
De 1952
Pra outro município ser criado
XXXXXXXXXX



Viria aqui Acajutiba
Como o recém criado
Município em questão
Nesse fato aqui narrado
Mais ai é outra historia
Vamos seguir no nosso lado
XXXXXXXXXX



Em 1950
A nossa população
Aqui em Itapicuru
Preste bastante atenção
32.060 habitantes
Conforme descrito então:
XXXXXXXXXX


15.639 Homens
16.421 mulheres
9247 casados
Os solteiros Acredite se quiseres
7373 contados
Poucos garfos e muitas colheres





Filho do Barão de Jeremoabo
Dr João da Costa Pinto Dantas
Existe na praça central um busto
Lembranças e historias tantas
Tempos do Brasil império
Gritados por muitas gargantas
XXXXXXXXXX

Homenagens a dois vultos ilustres

Ana Oliveira de Gois Bittencourt (1843 a 1930)
Uma brilhante escritora
Reconhecida romancista
Das letras batalhadora
E pela literatura
Dedicado lutadora

Suas obras foram muitas
Aqui algumas destacadas
A poesia é sem duvida
A mais linda das estradas
Por onde passeiam versos
Sonhos, lidase caminhadas.

A filha de Judite
O Anjo do perdão
Helena, Lúcia, Dulce e Alma
É da sua seara então
Sonhos de Josefina
E A primeira Justiça”em questão

José Dantas dos Imperiais(19/03/1798 a 10/11 1862)
Itapicuru 1º Barão
Nasceu no engenho Camuciatá
Nesta bela região
Filho do Capitão- mor João Dantas
Dos Imperiais Itapicuru neste chão






Amigos eu me despeço
Com toda satisfação
Em lhes mostrar a poesia
Feita com dedicação
Rebuscando na historia
Memorias da nossa nação
XXXXXXXXXX


Que os amigos e professores
Possam assim utilizar
Os versos e as poesias
Do poeta em seu cantar
Pra enriquecer nossa luta
Da cultura Popular
XXXXXXXXXX



Aos mestres deste país
Agradeço a parceria
Pois contamos com vocês
Para nossa alegria
Dividir conhecimento
Na lida do dia-a-dia
XXXXXXXXXX


E a Itapicuru de hoje
Como será que está vivendo
Vendo a cada dia aqui
As coisas acontecendo?
O progresso aumentando
É o que nós estamos vendo





Mas isso então ficará
Pra outra oportunidade
Aqui descrevo o passado
E a evolutividade
Da historia pesquisada
Em poesia traçada
Enaltecendo a cidade

Com amor e alegria
A vida segue o destino
Rebuscando na pesquisa
Lutando sem desatino
O que a historia revela
Sobre os olhos do Divino

Salve, Itapicuru
Iluminada nossa gente
Lutadores pela vida
Valorizando a lida
Agora, e para sempre.


Fonte de pesquisa:
Biblioteca dos municípios volume XX
Rio de Janeiro 1958

Colaboração para esta pesquisa: Cesar e Dona Quininha, do Armazém São Francisco em Itamira Bahia.










CD REFEITO1.jpg

Carlos Silva – poeta e cantador

Carlos Silva - [1]Poeta cantor e compositor, Filho do Sr.Otacílio Paulo da Silva e D.Maria Moura dos Reis. Natural de São Paulo-SP, criado entre as cidades de Nova Soure, e Itamira, município de Aporáno interior da Bahia.
Arte educador, pesquisador da cultura popular, tem em sua bagagem vários trabalhos culturais em CD e em livretos de cordéis.
Disponibiliza suas poesias em vários sites de poesias, utilizando essa ferramenta para construção e divulgação da sua carreira artística. Conheça mais sobre o trabalho do poeta e cantador Carlos Silva, nos sítios abaixo:
Contatos:
(75) 99269 - 0497

 

 

Obras lançadas em cordel:

1.      O Brasil, visto com outros olhos
2.      Combate a exploração do trabalho infantil
3.      Me sinto feito menino nessa terra abençoada
4.      Euclides, o libertador.
5.      Encontros no além
6.      Mestres da literatura (primeira edição)
7.      O nordeste Brasileiro
8.      Combatendo a dengue
9.      A Cidade de Inhambupe (Primeira edição)
10.  Os cem Zés de Itamira
11.  Itaporá ou Apomira
12.  Patente de Capitão
13.  Manihot – Casa de Mani
14.  Mestres da Literatura (segunda edição)
15.  APLB Sindicato – Núcleo Aporá
16.  Migrantes da coragem
17.  A pedra de bendengó
18.  A Cidade de Inhambupe (segunda edição)
19.  A presença nordestina em São Paulo (1.concurso de cordel do CTN-SP.)
20.  A presença nordestina em São Paulo (1.concurso de cordel do CTN-SP.)
21.  Teodoro Mendes Vasconcelos
22.  O Centenário de Gonzagão
23.  Migrantes da Coragem (Pela editora Luzeiro)
24.  Caldas de Cipó
25.  Cidade de Entre Rios
26.  Cidade de tapicuru











Justificativa do projeto


“Trazer o cordel para toda a rede de ensino da nossa região, pois representa um passo valioso para o devido reconhecimento e potencialização desse tipo de literatura no território brasileiro, além de dar às novas gerações a oportunidade de apreciar a riqueza e beleza desta cultura popular. Significa também, ter contato com a memória do canto e do conto poético do passado e do presente, numa linguagem ao mesmo tempo simples e bela, e de fácil compreensão, mas, de uma engenhosidade singular observada na construção dos versos e rimas apresentados pelo Cordel. Temos que prestigiar a cultura popular, o Cordel, caso queiramos preservar a nossa própria história. Isso faz com que demonstremos a preocupação na manutenção do saber, além de assumirmos e incorporarmos a rotina e o contato com as manifestações que o povo cultiva que apresentam significância, e um visível potencial na construção da identidade do povo nordestino”.


Texto extraído dos Organizadores do seminário do cordel em Irecê Bahia




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