Cordel um chão chamado nordeste

Autor Carlos Silva - 5/10/2018


LITERATURA DE CORDEL

Carlos Silva

UM CHÃO CHAMADO NORDESTE

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Guerreira Canudense
20/03/2017


Sou nordestino
Do agreste ou do cerrado
Do prado enluarado
Que campeia meu sertão
Ponta de faca
Eu to sempre na trincheira
De punhal ou baladeira
Pra defender meu torrão


Gosto de paz
Mas se for pra fazer briga
Não me tire da intriga
Vou fazer palha voar
Na capoeira
No trinchete ou na peixeira
Faço levantar poeira
Quem vier me afrontar


Nasci no mato
Aparado por parteira
Ouvi o som da porteira
Na primeira audição
Ali enrolado
Riso de mamãe ao lado
Num sorriso alargado
Contemplando seu varão


Pra quem não sabe
O que é ser nordestino
Preste atenção seu minino
Escute-me cidadão
Não tire sarro
Pois eu nasci nesse barro
A historia que eu narro
É de um herói do sertão







A seca agride
A fome mata sem pena
Mas a gente faz novena
Pede ao santo pra chover
Quando dá tempo
Ele atende ao pedido
Mas o solo é tão sofrido
Que a morte vive a morrer


Mas quando chove
Venha ver quanta fartura
A nossa agricultura
É benção do Deus divino
Saber esperar
É guardar a fé no peito
Rezar com fé no seu leito
Deste solo nordestino


Sofremos mais
É com a discriminação
Dentro da mesma nação
Nos maltratam de verdade
Discriminando
Caçoando e humilhando
Esse povo que com luta
Ergue prédios na cidade


O progresso
Tem suor do meu nordeste
E não há cá quem conteste
Esta bendita versão
Foi este povo
Que criou o Brasil novo
E fariam tudo de novo
Para o bem desta nação







O nordestino
Ta presente na poesia
Em toda dramaturgia
Tem historia pra contar
No futebol
Na novela e na canção
Tem um pedaço de sertão
Basta você escutar


Cidade grande
Perdeu sua clorofila
Gente gemendo na fila
Pois não soube preservar
Aqui tem pasto
Tem campina verdejante
Oxigênio transbordante
E é tão gostoso respirar


Dores se curam
Com benção de rezadeira
Que rompe pau de porteira
E nas pessoas vai rezar
Mas na cidade
Vi gente falar sem língua
Se brincar morre a míngua
Sem dinheiro pra se tratar


De lá não diga
Que somos ignorantes
Nós somos todos gigantes
De Conselheiro a Lampião
E no bolinado
Da sanfona forrozeira
A bela mulher rendeira
É musa no meu sertão







Se seu diploma
Deixou-lhe desempregado
Excluído do mercado
Sem ter como se virar
Se aveche não
Venha para o nordeste
Nosso abraço te reveste
Aqui será nosso irmão


O Brasil é todo nosso
Porque somos brasileiros
E até os estrangeiros
Conhecem nosso valor
Cá estamos pra somar
Em perfeita harmonia
Pra ficar em sintonia
Viver sonhar e trabalhar.


Sou Carlos Silva
Sou um poeta cantador
Sou também batalhador
Na arte e na poesia
No modo de improvisar
O meu verso é expressivo
Na arte dou meu aviso
Eu sou cultura popular


A
gradecimentos. Mais que especiais, Sempre a Deus e a família, que são os Pilares da minha existência. E a teimosia, em insistir fazer cultura nesse país, onde o numero de leitores vai diminuindo face ao CONTROL C e CONTROL V.


Todavia, teimosamente, vamos construindo.
Tel :- 75 99269 – 0497
E-mail cscantador@gmail.com

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