O que seria da poesia sem o cabra tocador?
Se dentro dela não existisse e se a viola sumissem
Vai Brasil sertanejante, agrestino e popular!
Vai tangendo tua história neste meu belo cantar.
Entre manguesal e restinga no topo largo da caatinga
Leva meu canto popular, leva o brejo e o serrado,
Leva o tom do aboiador, leva a novena cantada ao santo
que tem louvor. Leva o mote do repentista, as trovas do trovador,
Os cantos da lavadeira, as rimas de um versador,
a peleja do improviso, o pé de parede feito a glosa de um poeta que pulsa dentro do peito.
Leva a fartura em beijo daquela bela morena esculpida pelo desejo de uma rima serena.
Tem côco, galope, ciranda, tem martelo alagoano, tem frevo e maracatu.
Do povo pernambucano tem versar de improviso, de mulher e de menino,
tem poesia de sobra. Temos Jessier Quirino, o velho Chico Pedrosa despacha também seu verso, cortando em rima a neblina que descortina o universo.
Tem festa pra todo canto, somos a nação festeira no canto do rouxinol.
Encanta Irah Caldeira, Maciel Melo dispara um canto tão brasileiro.
É um poeta abençoado por este mundão inteiro. Berto, filho informando coisas daqui e do céu e o cantador ponteando ponteia Maviael Jorge, Filó proseando, codelizando a vida e reunindo os cabras para continuar a lida.

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