Vida amargada em lembrança, choro azedo de criança, vivendo na beira da estrada, bebendo a secura em não ver.
E este azedume no rosto, é fonte que perde o gosto, no grito abafado medonho, é retidão de fracasso, é luta travada no braço,sepulcro de vida tombada, num quadro esquecido e tristonho.
Sou eu no farejo da lida, lambendo a minha ferida que já se findou cicatriz, é rogo de sina e de luta, trajada feito uma puta,bebida a dizer sou feliz.
de onde me vem remissão, do prato jogado ao chão que um alferes ofertou,contando uma nova lorota, meu cuspe lavou sua bota,que o pó do sertão desenhou.
E assim sob um sonho nutrido, num corpo tão só desvalido, ralhado pedindo clemência, e chora as dores do parto, naqueles seios não fartos, secura da própria existência.
Rompendo a dor e o sorriso, sonhando com o paraíso a boca fechada não come, e já se lhe vem desventura, lambendo a própria amargura, de quem chama a sorte de fome.
São lentos algozes feridos, matando estes desnutridos, de sonhos de paz e de vida, arrancam temores em eito, dilacerando o peito, perdendo as forças da lida.
1 Comentários
Vamos rompendo a dor com poesias, acalentando nosso ser. O poeta sempre falando por nós.
ResponderExcluir