Cordel do Conde
Autor Carlos Silva - 5/10/2018
Carlos
Silva
CIDADE DO CONDE


Os índios Tupinambás
Os primeiros habitantes
Já viviam por aqui
Há muito tempo desde antes
Devia ser terra bendita
Pra esses nossos semelhantes
XXXXXXXXXXX
No Governo de Mem de Sá
Luiz da Gran chefiava
O grupo de Jesuítas
Que dali se aproximava
Em missão de catequese
Nessa terra então chegava
XXXXXXXXXX
Ministrando ensinamentos
E também pacificando
Os Jesuítas, dos Índios
Então se aproximando
Eles até se assustaram
Pois não estavam esperando
XXXXXXXXXX
Em 1621
Os Jesuítas adquiriram
Vasta área de terra
E aos poucos conquistando
Através de sesmarias
Ali foram povoando
Concessão de Garcia d’avila
As quais lhes foram doadas
Em testamento datado
Com honra em datas marcadas
Em 1650
Nas escritas registradas
XXXXXXXXXX
Atraídos pela exuberante
Fertilidade da terra
Os colonos portugueses
Só em uma coisa erra
Já utilizava o negro
Veja como a coisa emperra
XXXXXXXXXX
Mas são fatos da historia
O negro muito trabalhou
No cultura da cana e fumo
Ele muito colaborou
E no criatório do gado
Sua marca ali deixou
XXXXXXXXXX
Vários engenhos de açúcar
Surgiam então no lugar
Coma mão de obra escrava
Eles só tinham a ganhar
Até os índios sem querer
Começavam a trabalhar
Sem querer pois para eles
O trabalho era somente
Pra criar sua família
E vivendo livremente
Mas a coisa mudaria
Foi assim tão de repente
XXXXXXXXXX
A aldeia dos Tupinambás
Com a colonização
Foi transformada em povoado
Recebeu a denominação
De ITAPICURU DE BAIXO
Fora batizado então
XXXXXXXXXX
Em 1702
O povoado foi elevado
A categoria de freguesia
Assim está registrado
Até o nome do mesmo
Creia foi modificado
XXXXXXXXXX
Nossa Senhora do Monte
De Itapicuru da Praia
Faça com que nossa pesquisa
Da tua mente não saia
Grandiosa é nossa história
Estude e em erro não caia
17 de Dezembro de 1806
A requerimento foi elevada
Pela união do povo
Nova fase conquistada
A categoria de Vila
Foi esta então colocada
XXXXXXXXXX
Pelo Ouvidor Navarro
Com a denominação
Portanto VILA DO CONDE
Passava esta então
Era o reconhecimento
Daquele pedaço de chão
XXXXXXXXXX
Município de igual nome
Na mesma data criado
Em cumprimento das ordens
Estava denominado
E pelo CONDE DOS ARCOS
Assim então foi firmado
XXXXXXXXXX
Em virtude da Lei estadual
889 registrada
De 1912
A historia é confirmada
A sede municipal foi transferida
Para o arraial de Esplanada
Conservou porém o município
O primitivo topônimo de CONDE
E assim a pesquisa nos revela
Pois verdade apurada não esconde
E quem erra o caminho da verdade
Segue cego sem saber mesmo pra onde
XXXXXXXXXX
E por força dos Decretos estaduais
7455 de 23 de Junho
Do ano de 1931
Assim digo, aprovo e escrevo em punho
No papel pra rimar risco o verso
Pra que a historia não seja um rascunho
XXXXXXXXXX
Decreto 7499 de 8 de Julho
Do mesmo ano acima citado
VILA RICA assim também
Passa a ser anexado
Ao município de ESPLANADA
Naquele tempo passado
XXXXXXXXXX
Pelo Decreto9662
Nesse momento Restaurado
Em 10 de Agosto de 35
No livro está assentado
E a 30 do mesmo mês
De novo reinstalado
E ao seu território porém
Fora então acrescido
O Distrito de CAJUEIRO
Ficando constituído:
CONDE, CAJUEIRO E
DONA BELA
Estava estabelecido
XXXXXXXXXX
O CONDEfoi
desmembrado
Do “domínio” deEsplanada
Em 10 de agosto de 35
Fora então emancipada
Livre para prosseguir
Os seus passos na jornada
XXXXXXXXXX
Decreto 10.724
Desmembrou o Distrito de Cajueiro
De 30 de março de 38
Isso é relato verdadeiro
O CONDE ficou sozinho
Nesse solo brasileiro
XXXXXXXXXX
O Município do CONDE
Fica bem Localizado
Ali no Litoral Norte
Que é bonito um bocado
E ficar sem conhece-lo
Creio que é grande pecado
Em outra oportunidade
Narrarei tempos atuais
Mas a intenção do trabalho
É levar aos colegiais
Lembranças dos tempos idos
Estes sei, não voltam mais
XXXXXXXXXX
Mas isso então ficará
Pra outra oportunidade
Aqui descrevo o passado
E a evolutividade
Da historia pesquisada
Em poesia traçada
Enaltecendo a cidade
Com toda a gratidão
Aqui quero registrar
Rebusquei nessa pesquisa
Lutando pra encontrar
Oque a historia nos diz
Sobre este belo lugar
Salve salve nosso CONDE
Iluminada nossa gente
Lutadores pela vida
Valorizando a lida
Agora, e sempre em frente.
Fonte de pesquisa:
Biblioteca dos municípios volume XX
Rio
de Janeiro 1958
Colaboração
para esta pesquisa: Cesar e Dona Joana Soares Reis(Quininha de Seu Neném, do
Armazém São Francisco em Itamira Bahia).

CARLOS SILVA – POETA CANTADOR Poeta, cantor,
compositor e pesquisador das tradições orais brasileiras. Carlos Silva é um expoente
da cultura popular envolvido com a identidade do povo nordestino sertanejo.
Através de oficinas para formação de professores o poeta sertanejo divulga a
versação como possibilidade pedagógica e multiplica o alcance da poesia
popular, tendo inúmeros textos utilizados em ambientes de ensino aprendizagem.
Sua atuação artística e autoral carrega jeito simples e gestos nobres dos que
entendem a Arte como inerente ao que é humano. Carlos Silva vem da tradição dos
menestréis autodidatas que se atreveram ocupar os centros urbanos e impor sua
Arte a todos que por eles passam sem, no entanto, perder a sertanidade anímica.
No alforje tem 4 cds
gravados, dois livros de poesia, 40 livretos de cordéis de variados temas e
documentário sobre Itamira, BA, cidade onde fora criado. Por conta de se fazer
militante da cultura, foi escolhido Conselheiro Estadual de Cultura, da Bahia
representando o Litoral Norte e Agreste Baiano. Atualmente, prepara novo CD
onde abordará outras possíveis vertentes de sua criação artística.
Contato (75) 99269 0497
Hino da cidade
do conde
Letra: Jarbas
carvalho de Oliveira
És chama ardente
que não se apaga
E no litoral do norte da Bahia
Despontas, Conde, como bela plaga,
Sempre cortejada qual nobre rainha.
Os tupinambás tribo bem antiga,
Pelos jesuítas foram educados,
Na terra de barões, de gente muito antiga,
De povo alegre, destemido e enamorado.
Rios e lagoas, belos coqueirais,
Praias formosas, lindos recantos,
Históricos lugares, vastos manguezais,
São bases fortes de todos teus encantos. (bis)
Lamberto pinto e outros batalharam,
Lutando bravos pela emancipação
De Minervino e sangue derramaram
E o 10 de agosto marcou a redenção.
De nomes importantes, Conde, és celeiro:
Severino Vieira foi seu filho mais notável,
Tornou-se um grande vulto brasileiro
Fazendo do Conde uma terra memorável.
Rios e lagoas, belos coqueirais,
Praias formosas, lindos recantos,
Históricos lugares, vastos manguezais,
São bases fortes de todos teus encantos. (Bis)
Letra: Jarbas carvalho de Oliveira
E no litoral do norte da Bahia
Despontas, Conde, como bela plaga,
Sempre cortejada qual nobre rainha.
Os tupinambás tribo bem antiga,
Pelos jesuítas foram educados,
Na terra de barões, de gente muito antiga,
De povo alegre, destemido e enamorado.
Rios e lagoas, belos coqueirais,
Praias formosas, lindos recantos,
Históricos lugares, vastos manguezais,
São bases fortes de todos teus encantos. (bis)
Lamberto pinto e outros batalharam,
Lutando bravos pela emancipação
De Minervino e sangue derramaram
E o 10 de agosto marcou a redenção.
De nomes importantes, Conde, és celeiro:
Severino Vieira foi seu filho mais notável,
Tornou-se um grande vulto brasileiro
Fazendo do Conde uma terra memorável.
Rios e lagoas, belos coqueirais,
Praias formosas, lindos recantos,
Históricos lugares, vastos manguezais,
São bases fortes de todos teus encantos. (Bis)
Letra: Jarbas carvalho de Oliveira
Justificativa do
projeto
“Trazer o cordel
para toda a rede de ensino da nossa região, pois representa um passo valioso
para o devido reconhecimento e potencialização desse tipo de literatura no
território brasileiro, além de dar às novas gerações a oportunidade de apreciar
a riqueza e beleza desta cultura popular. Significa também, ter contato com a
memória do canto e do conto poético do passado e do presente, numa linguagem ao
mesmo tempo simples e bela, e de fácil compreensão, mas, de uma engenhosidade
singular observada na construção dos versos e rimas apresentados pelo Cordel.
Temos que prestigiar a cultura popular, o Cordel, caso queiramos preservar a
nossa própria história. Isso faz com que demonstremos a preocupação na
manutenção do saber, além de assumirmos e incorporarmos a rotina e o contato
com as manifestações que o povo cultiva que apresentam significância, e um
visível potencial na construção da identidade do povo nordestino”.
Texto extraído dos
Organizadores do seminário do cordel em Irecê Bahia
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